quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

LIÇÃO 10 – IGREJA, LUGAR DE CURA



Texto Biblico    João  14.12-14; Tiago 5.14-16
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.

Objetivos
Após a aula seu aluno deve  entender que os milagres, e curas divinas, são para os dias atuais, e não apenas somente para o passado.
De igual modo deve entender que a igreja, é o lugar aonde as pessoas podem ser curadas.

Introdução
Estaremos estudando na lição 10, a cura divina na igreja,  e a sua atualidade nos dia presentes.

I-È preciso crer
Antes de iniciarmos o tópico  propriamente dito, seria importante analisarmos esta maravilhosa manifestação de Deus, que é a cura divina, pois antes de tudo a cura é um milagre !!
O que é um milagre?“Milagre” é uma palavra de origem latina, de “miraculum”, “algo espantoso, admirável,  extraordinário”. No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é “ato ou acontecimento fora do comum, inexplicável pelas leis naturais”. Na Bíblia On Line da Sociedade Bíblica do Brasil, milagre é conceituado como “fato ou acontecimento fora do comum, que Deus realiza para confirmar o Seu poder, o Seu amor e a Sua mensagem.”
OBS: É interessante a definição dada por um texto islâmico de milagre que, por sua biblicidade, aqui transcrevemos: “Um milagre é definido como um acontecimento extraordinário que não seria possível sob condições normais e que é realizado por Deus através dos Profetas que Ele enviou como Seus Representantes para confirmar sua veracidade.…” (ZIAD, Mohamad. Que é um milagre? Disponível em: http://br.geocities.com/slidesislamicos/jesus_missao1.htm Acesso em 10 jan. 2008)
- A palavra “milagre”, na Versão Almeida Revista e Corrigida, surge apenas seis vezes (Ex.7:9; Mc.6:52; 9:39; Jo.4:54; 6:14 e At.4:22), mas a Bíblia registra, no Antigo Testamento, 67 milagres e, em o Novo Testamento, 20 milagres dos discípulos de Jesus, além de descrever 36 milagres de Jesus, embora faça menção a milagres do Senhor em outras 17 oportunidades, sem mencionar os milagres não registrados. Os milagres, entretanto, nem sempre são traduzidos para “milagre”, sendo comum o emprego de outras palavras como “maravilhas”, “sinais”, “prodígios” e “obras”.
- Tais circunstâncias demonstram que o ministério de Jesus foi caracterizado pelos milagres, tanto que os escritos mais antigos que se referem ao Senhor, ainda nos primeiros séculos da história da Igreja, por parte de pessoas que não professavam a fé cristã, dão ênfase a esta característica do ministério de Jesus, como, por exemplo, o historiador judeu Flávio Josefo, que, ao falar sobre Jesus, disse ter Ele feito “…obras admiráveis…” (Antiguidades Judaicas, XVIII, 4, 772. In: História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso, v.2, p.156), como o filósofo grego Celso (séc. II), inimigo dos cristãos, que, entre outras coisas, acusava Jesus de “mágico” e “ilusionista”, prova de que uma das características marcantes de Jesus era o fato de ter sido alguém que realizou muitos milagres.
- Em Ex. 7:9, a palavra “milagre” é tradução do hebraico “môphet” (מןפת ), cujo significado é, precisamente, o de “algo admirável”, “uma demonstração do poder de Deus”. Em Mc. 9:39, a palavra “milagre” é tradução de “dynamis” (δύναμις), que tem o significado de “poder”, “poder em ação”, enquanto que, nas outras três referências (Jo.4:54; 6:14 e At.4:22), a palavra “milagre” é tradução de “semeion” (σημειον), cujo significado é “sinal”, “marca”, “acontecimento extraordinário, incomum que manifesta que alguém é vindo da parte de Deus”.
OBS: Não fizemos menção de Mc.6:52, pois a palavra “milagre”, neste texto, não se encontra no original, tanto que está em itálico na Bíblia, pois é um acréscimo feito pelo tradutor para que o texto tivesse sentido claro na língua portuguesa.
- O que se percebe, pois, é que “milagre” é um acontecimento que causa admiração, que não é comum. Por quê? Porque é um fato que foge à explicação das leis naturais, é uma ocorrência que não se consegue explicar, que aparentemente contradiz a ordem natural das coisas. Por isso, o milagre é uma demonstração de que Deus criou o mundo, não Se confunde com a Sua criação e, além disso, participa desta criação, fazendo intervenções que modificam as leis por Ele mesmo estabelecidas, quando isto é da Sua vontade e atende aos Seus sublimes propósitos.
Fonte: Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco
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A cura divina é para os que crêem (Mc 16.17,18).
Jesus deixou de realizar muitos milagres por causa da incredulidade do povo (Mt 13.58). Assim, muitos deixam de receber a cura ou qualquer outro milagre por não exercitarem a sua fé no Senhor, quando, segundo a Bíblia, é por meio dela que nos aproximamos de Deus na certeza de que Ele galardoa aqueles que o buscam (Hb 11.6).
Mas ainda assim, mesmo o crente exercitando a fé, a promessa da cura divina precisa sempre ser olhada sob a perspectiva de Deus, até porque toda a cura está inserida no contexto da transitoriedade da vida humana aqui. O rei Ezequias recebeu a provisão da cura para sua doença e teve a sua vida prolongada por mais quinze anos, no entanto o seu dia de se encontrar com Deus também chegou (2 Rs 20.1-7,21).
Deste modo, a cura divina, além de servir como sinal conducente à salvação, cumpre sempre algum propósito divino em nossas vidas antes de irmos ao encontro do Senhor. Isso nos deve levar a refletir, quando somos curados, sobre a razão pela qual o Senhor interveio de maneira milagrosa em nosso inteiro ser, que propósito teve em nos devolver outra vez a saúde e o que Ele espera de nós como resposta ao milagre.
Seja qual for a circunstância, a promessa da cura divina tem por fim primeiro e último glorificar a Deus como o soberano Senhor de toda a terra (Jo 9.1-3).
Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2007/2007-04-05.htm
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Mt 8.16,17 “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossasdoenças.

A Provisão Redentora de Deus
O problema das enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e., às conseqüências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos:
1- O pecado, que afetou a constituição física e espiritual do homem (Jo 5.5,14),
2- Satanás (At 10.38; cf.Mc 9.17, 20.25; Lc 13.11; At 19.11,12).

A provisão de Deus através da redenção é tão abrangente quanto às conseqüências da queda. Para o pecado, Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade, Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15). Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as bênçãos do reino de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo (4.23,24).


A Revelação da Vontade de Deus sobre a CuraA vontade de Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras principais nas Escrituras.
A declaração do próprio Deus. Em Êx 15.26 Deus prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos. Sua declaração abrange dois aspectos: (a) “Nenhuma das enfermidades porei sobre ti [como julgamento], que pus sobre o Egito”; e (b) “Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).
O ministério de Jesus. Jesus, como o Filho encarnado de Deus, era a exata manifestação da natureza e do caráter de Deus (Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno (4.23,24; 8.14-16; 9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de Deus na prática (Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de Deus curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.
A provisão da expiação de Cristo. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16). O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do corpo.
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II-Uma igreja, muitos milagres
O ministério contínuo da igreja. Jesus comissionou seus doze discípulos para curaros enfermos, como parte da sua proclamação do reino de Deus (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia de Pentecoste o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18; 1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16).
O NT registra três maneiras como o poder de Deus e a fé se manifestam através da igreja para curar:
a) a imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17);
b) a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e
c) os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que devem cuidar desta “oração da fé”.

Relação dos milagres de Jesus registrados nas Escrituras.
Milagres de cura e de expulsão de demônios
Milagres
Mateus
Marcos
Lucas
João
Um leproso

O servo de um centurião romano


A sogra de Pedro

Dois gadarenos (gerasenos)

Um paralítico

Uma mulher com hemorragia

Dois cegos



Um endemoninhado que não podia falar



Um homem com a mão atrofiada

Um endemoninhado cego e mudo


A filha de uma cananéia


Um menino endemoninhado

Dois cegos (um dos quais Bartimeu)

Um surdo e gago



Um possesso na sinagoga


Um cego de Betsaida



Uma mulher encurvada



Um homem com hidropisia



Dez leprosos



O servo do sumo sacerdote



O filho de um oficial em Cafarnaum



Um inválido à beira do tanque de Betesda



um cego de nascença



Maria Madalena e outras mulheres santas

16:9
8:2

 

Milagres de ressurreição

Milagre
Mateus
Marcos
Lucas
João
A filha de Jairo

O filho de uma viúva de Naim



Lázaro



 
Fonte: Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco

III- Chame os Presbíteros
Tiago 5:14-15 diz: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados."
A palavra "doente" em Tiago 5:14 pode referir-se tanto a doença espiritual como a física.. A palavra "enfermo" vem de uma palavra grega que é usada duas outras vezes no Novo Testamento. Em ambos os casos (Hebreus 12:3 e Apocalipse 2:3) ela se refere a fraquezas espirituais.
Deste modo entendemos que não é o presbítero que cura o enfermo, mas sim a oração da fé, aquele que busca pela cura precisar crer que receberá.  Observe:
E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o seu nascimento, o qual nunca tinha andado.
Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado,
disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou. (At 14.8-10)
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Neste caso, a fé do doente  foi a razão pela qual recebeu a sua cura.
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 Qual o significado de ungir com óleo? No Velho Testamento, reis, sacerdotes, e, algumas vezes, profetas, eram ungidos com óleo para mostrar que eram escolhidos e abençoados, de forma especial, por Deus.
A unção é associada uma vez no Novo Testamento com curas milagrosas (Marcos 6:13), e, outras vezes, com bênçãos espirituais recebidas de Deus (2 Coríntios 1:21-22; 1 João 2:27).
Em Tiago 5:14, ela, provavelmente, se refere, simbolicamente, às bênçãos espirituais de Deus que o ensinamento e o encorajamento dos presbíteros levam àquele que está espiritualmente fraco..
Fonte: Dennis Allan

IV-A cura divina é para hoje
Não há em toda a extensão do Novo Testamento qualquer indício de que a promessa da cura divina tenha sido restrita à era apostólica. O livro de Atos, que narra os primeiros anos de existência da Igreja, está pontilhado de curas milagrosas, inclusive na última viagem de Paulo, em direção a Roma (At 28.7-9), e termina de uma forma incomum, sem qualquer encerramento do texto, o que pressupõe a continuidade do ministério de poder que a Igreja exerceu nos seus primeiros anos.
Hoje o Senhor ainda quer curar os enfermos!
O próprio Jesus deixou claro que os seus discípulos através dos tempos teriam a mesma autoridade para realizar as mesmas obras (Jo 14.12-14). Por outro lado, o escritor da epístola aos Hebreus afirma que o Senhor não mudou, mas permanece o mesmo para sempre (Hb 13.8).
E o apóstolo Tiago, por sua vez, traz aos crentes três orientações condicionadas à nossa comunhão com Deus:
a) “Está alguém entre vós aflito? Ore”;
b) “Está alguém contente? Cante louvores”, e
c) “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.13-16).
Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2007/2007-04-05.htm
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- A história da Igreja está repleta de exemplos de que, quando os crentes passaram a buscar a Deus de forma mais decidida, orando, jejuando e se santificando, Deus promoveu grandes avivamentos, sempre acompanhados de sinais e maravilhas, de que é prova, aliás, o avivamento pentecostal, que já tem mais de 100 anos de existência, embora, tenhamos de admitir, em muitos lugares, pela falta de persistência, não mais vemos tanto sinais e maravilhas como no passado. De qualquer maneira, esta é a maior demonstração de que é propósito do Senhor fazer com que os milagres que ocorreram em Seu ministério terreno continuem a acontecer durante a dispensação da graça, que só terminará com o arrebatamento da Igreja.
- O próprio Novo Testamento é prova do que estamos a dizer. Nele está registrado que Jesus disse que os Seus discípulos fariam obras maiores do que Ele havia feito (Jo.14:12). Ora, nas páginas do Novo Testamento, estão registrados apenas 20 milagres dos apóstolos, enquanto que os Evangelhos registram 36 milagres de Jesus. Como, então, admitir que, com a conclusão do Novo Testamento, os milagres cessaram? Para que a Palavra de Deus se cumpra, tem-se como necessário que os milagres prosseguissem depois dos dias apostólicos, portanto.
Fonte: Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco.


Conclusão
Como conclusão descreveremos abaixo alguns motivos que podem impedir a cura divina:
Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:
1. pecado não confessado (Tg 5.16);
2. opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13);
3. medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7);
4. insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26; Jo 5.5-7);
5. o povo (Mc 10.48);
6. ensino antibíblico (Mc 3.1-5; 7.13);
7. negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc 11.22-24; Tg 5.14-16);
8. descuido da igreja em buscar e receber os dons de operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30; 6.8; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31; Hb 2.3,4);
9. incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24); e
10. irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30).
Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes dedicados (Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

LIÇÃO 9 - A IGREJA PERSEGUIDA



Texto Biblico Mateus 5.11,12; Atos 8.1,3 ; 9.1,2
bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra
vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas
que foram antes de vós.
E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos.
E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote
e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Objetivos
Após a aula seus alunos deveram reconhecer que a expansão da igreja
primitiva se deu através da perseguição, bem como entender que a
perseguição ainda continua em nossos dias
Introdução
Na lição de hoje estaremos estudando a perseguição sofrida pela igreja nos seus primeiros dias, destinada a vitoria, contudo se faz necessário vencer por meio de alguma tribulações, a perseguição é uma delas.
Contudo veremos na lição, que esta situação que parece ser mal ao principio; foi uma das razões pelas quais gerou o crescimento da igreja.
I-O crescimento da Igreja
A lição de hoje trata da perseguição da igreja, e isto esta forma plena ligado ao seu crescimento, pois embora a ordem de Jesus foi que o evangelho fosse pregado a todas as gentes e regiões; os primeiros crentes não tinham esta mesma visão.
A partir da perseguição sofrida em Jerusalém, os discípulos começaram a ser dispersados para fora de Jerusalém, assim em todos os lugares para onde iam, anunciavam a Jesus.
De uma forma abrangente, o crescimento se deu na ocasião da descida do Espírito Santo, no dia de pentecostes, com a pregação de Pedro , muitas nações puderam receber a mensagem de salvação. Pois haviam prosélitos em Jerusalém que ouviram a mensagem de Pedro .
O crescimento da igreja é algo interessante que estudarmos, afinal este propósito faz parte4 da vontade do Senhor, e tem sido almejado pelos pastores, mas porque não há um crescimento tão satisfatório nos dias de hoje? Veremos isto neste próximo texto.
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“Enquanto isso acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47 RA) -
...Freqüentemente nos reportamos à Igreja Primitiva como modelo e inspiração ao crescimento, a qual começou com os doze apóstolos mais os familiares de Jesus; chegou a cento e vinte pessoas no dia do pentecostes, ultrapassou os cinco mil depois da descida do Espírito Santo e da pregação de Pedro, e seguiu crescendo.
Atos dos Apóstolos não é um livro que trata do crescimento da igreja, mas que o demonstra de uma forma singular. Por isso gostaria de convidar você a olharmos juntos alguns pontos importantes nos primeiros quatro capítulos deste empolgante livro, a fim de juntos colhermos alguns pensamentos que poderão ser úteis na elaboração de uma estratégia de crescimento.
Alguém disse: “não se faz uma igreja crescer, se deixa crescer. A igreja não é uma mera sociedade, mas um organismo vivo. Há vida dentro dela e todo o organismo vivo tende a crescer. Muitas vezes não trabalhamos de forma que permita o crescimento normal da igreja e nós mesmos podemos ser o empecilho para o seu desenvolvimento. Que comportamentos especiais podemos notar no seio da igreja que se constituiriam nos fundamentos essenciais para seu crescimento?
  1. Em primeiro lugar, é importante notar a intimidade que havia no relacionamento dos líderes com Jesus (At 1.4). “Comendo com eles, determinou-lhes...” Esse contato direto e constante com Jesus faz grande diferença. Jesus não prega para eles, mas no convívio informal, na proximidade com Seus discípulos passa suas ordens. Notemos que a autoridade do lider não está na distancia dos liderados. Jesus não pediu nenhum favor. Estava junto, tinha relacionamento próximo,mas firmeza na visão. Os discípulos, embora próximos, não se consideravam especiais, mas pessoas que desejavam aprender e seguir a orientação recebida na base deste relacionamento pessoal e íntimo. O crescimento da igreja começa com a liderança. Uma liderança próxima de Jesus consegue mobilizar muitos irmãos para os mesmos propósitos.
  2. Em segundo lugar, notamos a ação clara do Espírito Santo, primeiramente nos líderes e depois em toda a congregação (At 1.5-8; 2.1-13). Jesus já lhes houvera falado claramente no final do livro de Lucas sobre a necessidade do Espírito Santo na vida e obra dos discípulos. Antes de subir ao céu fez a promessa peremptória sobre a descida do Espírito Santo e o capítulo dois descreve o derramamento abundante do poder de Deus sobre os líderes primeiro, sobre a congregação depois, a ponto de atrair muita gente, havendo assim o inicio da pregação evangélica, com muita eficácia e demonstração do poder de Deus.
  1. Um terceiro fator de singular importância no crescimento da igreja era a ênfase na mensagem evangelística. Notemos que a igreja moderna concentra mais sua pregação nas necessidades existenciais do homem como: conduta, saúde, finanças, relacionamentos, em detrimento da mensagem evangelística. O que notamos é que muitas igrejas não crescem equilibradamente. Elas engordam. Aumenta o peso mas não o tamanho, atraindo muitas pessoas para sua modalidade de atividade, mas não necessariamente para os pés de Cristo. A igreja que cresce em qualidade, cresce também em quantidade de novos convertidos. A mensagem apostólica era inspirada nas promessas de Cristo (At 2.14-21), centrada no sacrifício e na ressurreição de Jesus (At 2.24,29-36) e focalizava o arrependimento e fé (At 2.38-41). A missão da igreja é a tarefa de salvar os perdidos e não de saciá-los com gostosos alimentos.
  1. Em quarto lugar, observamos a firmeza doutrinaria (At 2.42-45). Aqui entra um fator de suma importância, que valoriza a estabilidade da igreja local. Os convertidos perseveravam na doutrina dos apóstolos e nas praticas comuns à vida da igreja. Todos reconhecemos a importância dos líderes no processo de crescimento, na condução do povo, e, como disse alguém muito propriamente, a igreja não cresce mais do que seus líderes. No entanto, devemos compreender que para haver um crescimento harmônico e equilibrado, é necessário que a igreja toda siga os princípios descritos nestes versículos: perseveravam na doutrina, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Numa época de tanta confusão religiosa, é importante que os crentes todos sejam firmes e constantes, para não serem levados ao redor por qualquer vento de doutrina. Quando o crente não ora, não comunga, nao relaciona adequadamente com outros irmãos, não existe possibilidades de desenvolvimento espiritual do grupo. Muitas igrejas agem como um time de futebol: o time não ganha, troca o técnico. Mas muitas vezes o problema está nos atletas que não se empregam ao máximo, não exercitam, não seguem uma disciplina.
Gostaria de frisar, à guisa de conclusão, dois fatores fundamentais ainda no crescimento da primeira igreja. Um era o companheirismo entre os irmãos (At 2.46,47; 4.32). Um grupo que sente temor de Deus, que se ajuda mutuamente a ponto de não permitir que qualquer pessoa tenha necessidades não supridas, se visita constantemente demonstrando alegria, certamente o resultado é causar grande impacto na comunidade e atrair a simpatia do povo. E isso certamente faz qualquer igreja crescer. O outro aspecto vital do crescimento da igreja estava no ambiente de constante oração (At 4.23-31). Não oravam buscando proteção ou livramento, mas buscando ousadia e autoridade para falar em o nome de Jesus....
Fonte: http://www.cibi.org.br
II-A perseguição
Segundo a Wikipédia, a perseguição consiste num conjunto de ações repressivas realizadas por um grupo específico sobre outro, do qual se demarca por determinadas características religiosas, culturais, políticas ou étnicas.
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Inicialmente, os cristãos sofreram perseguições movidas pelos judeus, pelo Sinédrio (At 4.15 – ARA). Os cristãos não desanimaram diante das ameaças: “Respondendo, porém, Pedro e João lhes disseram: Julgai vos se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.19-20).
Devido à pressão da liderança judaica, (At 4.23), reuniram-se para orar: “Agora, pois, ó Senhor, olha para as ameaças e concede aos teus servos que falem com ousadia a tua palavra” (At 4.29). Os cristãos não pediram a Deus para que a perseguição cessasse, mas que lhes fosse concedida ousadia, coragem para falar, embora fossem ameaçados. A Bíblia destaca o resultado de sua oração: “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). Somente no poder do Espírito Santo, poderiam enfrentar as duras perseguições.
Logo, surge, o primeiro mártir, Estêvão, que estava “cheio do Espírito Santo” (At 7.55a).
Entretanto, a Igreja sofreria a mais severa perseguição movida pelos imperadores de Roma. Foram dez as principais perseguições imperiais. Os césares consideravam o Cristianismo uma ameaça a seus governos.
Os primeiros apóstolos martirizados foram Pedro e Paulo
Pedro e Paulo foram martirizados por ordem de Nero.
Quanto a Pedro, assim se expressou o Mestre: “Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu re cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Disse isto para significar com que gênero de morte havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me” (Jo 21.18-19 - ARA). O texto bíblico destaca as palavras de Jesus: : “Estenderás as mãos” era menção à morte de Pedro . Essa morte haveria de glorificar a Deus. Ao ser crucificado, ele teria suas mãos estendidas. Depois, Jesus afirmou a Pedro: “Segue-me”. Estaremos dispostos a seguir o Mestre? O Juvenil está disposto a seguir Jesus? As ovelhas de Cristo O seguem (Jo 10.27).
Pedro em sua carta, destaca sobre a perseguição: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma , como se alguma cousa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegares-vos na medida em que sois participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando” (1Pe 4.12-13 – ARA).
OBS: Os cristãos estavam sob o fogo literal da perseguição, eram queimados nos jardins de Nero.
Ainda quanto a Pedro, ele sabia que a morte estava próxima: “Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado. Mas também eu procurarei , em toda a ocasião, que depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas” (2 Pe 1. 14-15). Jesus havia revelado ao apóstolo que sua vida nesta terra estava terminando; Pedro deixou ensinos registrados nesta carta, para que os cristãos não se esquecessem deles.
Paulo também sabia que em breve estaria com o Senhor: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.6-7).
Muitos pensam de forma errada, conforme conceitos humanos: ‘Deus não poderia ter livrado seus servos da morte?’ Claro que sim. Em muitas ocasiões, Pedro e Paulo obtiveram livramentos gloriosos de Deus. Entretanto, agora o Senhor desejava que, por meio da morte, Seus servos dessem testemunho do Evangelho. Eles provaram que amaram o Senhor, pois, diante da morte não desistiram. Esse testemunho calaria a boca de muitos; incentivar muitos a prosseguir a carreira cristã, traria inúmeras conversões.
Observemos as palavras de Paulo: “Segundo a minha expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora para sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho” (Fl 1.20-21). Paulo explicou que, até na sua morte, Deus seria engrandecido, louvado.
Assim no governo de Nero, morreu o “pescador de homens”, (Mt 4.19)Pedro, crucificado (67 d.c.) e Paulo decapitado (68 d. C.)
OBS: “Agora, 2000 anos já são passados; todavia a influência de Paulo excede a de todos os servos de Deus no seu reino. Os escritos dele são parte essencial das Sagradas Escrituras, e têm levado um número incontável de pessoas a fé em Cristo. Que ninguém fiel a Jesus Cristo, mesmo parecendo que tenha realizado pouca coisa para Deus, pense que a morte põe fim aos resultados de seu trabalho aqui. Deus lança mão dos nossos esforços sinceros e devotados, e os multiplica muito acima de tudo quanto poderíamos ter imaginado ou esperado. Até mesmo nossos aparentes fracassos podem ser sementes que se transformarão em colheitas abundantes a serem ceifadas por outros” – Jo 4.37-38 (Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1885, nota (2) referente a 2 Tm 4.22).
Texto: Profª Ana Maria Gomes de Abreu.
III- Estevão, o primeiro mártir
Um mártir (do grego μάρτυς, transl. martys, "testemunha") é uma pessoa que morre por sua fé religiosa, pelo simples fato de professar uma determinada religião ou por agir coerentemente com a religião que possui.
No decorrer da História porém, a palavra ganhou outros conceitos, como morrer patrioticamente pela liberdade, a independência ou a autonomia de um povo, por um ideal social ou político ou até mesmo em uma guerra.
Do ponto de vista cristão e dentro do contexto do Novo Testamento pode-se dizer que mártir é aquele que preferiu morrer a renunciar à sua fé, por defender a veracidade do que consiste "a Palavra de Deus" entregando a própria vida para este fim, para que a essência desta verdade fosse preservada.
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Estêvão, o principal dos sete diáconos, era homem de profunda piedade e grande fé. Posto que judeu de nascimento, falava a língua grega e estava familiarizado com os usos e costumes dos gregos. Achou, portanto, oportunidade de pregar o evangelho na sinagoga dos judeus gregos. Era muito ativo na causa de Cristo e com ousadia proclamava a sua fé.
Ilustrados rabinos e doutores da lei empenharam-se em discussão pública com ele, esperando confiantemente uma fácil vitória. Mas "não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito com que falava". Não somente falava no poder do Espírito Santo, mas também era claro ser ele um estudioso das profecias, e instruído em todos os assuntos da lei. Habilmente defendia as verdades que advogava e derrotava completamente seus oponentes. Em relação a ele cumpriu-se a promessa:
"Proponde pois em vossos corações não premeditar como haveis de responder; porque Eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem." Luc. 21:14 e 15.

Vendo os sacerdotes e príncipes o poder que acompanhava a pregação de Estêvão, encheram-se de ódio atroz. Em vez de se renderem às provas que ele apresentava, resolveram fazer silenciar sua voz, matando-o. Em várias ocasiões haviam subornado as autoridades romanas a fim de passarem por alto casos em que os judeus tinham feito justiça pelas próprias mãos, julgando, condenando e executando prisioneiros de acordo com seu costume nacional. Os inimigos de Estêvão não tinham dúvida em poder seguir de novo o mesmo caminho sem se exporem ao perigo. Determinados a arcar com as conseqüências, agarraram Estêvão e o trouxeram perante o concílio do Sinédrio para ser julgado.

Judeus eruditos de países circunvizinhos foram convocados para o fim de refutar os argumentos do prisioneiro. Saulo de Tarso estava presente e tomou parte importante contra Estêvão. Trouxe o peso da eloqüência e a lógica dos rabis a atuarem no caso, para convencer o povo de que Estêvão estava pregando doutrinas enganadoras e perigosas; mas em Estêvão encontrou quem tinha plena compreensão dos propósitos de Deus em propagar o evangelho às outras nações.

Porque não pudessem os sacerdotes e príncipes prevalecer contra a sabedoria de Estêvão, clara e calma, decidiram fazer dele um escarmento; e, enquanto assim satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam outros, pelo medo, de adotarem sua crença. Testemunhas foram assalariadas para depor falsamente que o ouviram proferir palavras blasfemas contra o templo e a lei. "Nós lhe ouvimos dizer", declararam essas testemunhas, "que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés deu." Atos 6:14. Quando Estêvão se colocou face a face com seus juízes, para responder à acusação de blasfêmia, um santo brilho resplandeceu em seu rosto, e "todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo". Atos 6:15. Muitos que contemplaram esta luz tremeram e velaram o rosto, mas a pertinaz incredulidade e preconceito dos príncipes não se abalaram.

Sendo interrogado quanto à verdade das acusações contra ele feitas, Estêvão começou sua defesa com voz clara, penetrante, que repercutia pelo recinto do conselho. Com palavras que mantinham a assembléia absorta, prosseguiu ele relatando a história do povo escolhido de Deus. Mostrou completo conhecimento da economia judaica, e interpretação espiritual da mesma, agora manifesta por meio de Cristo. Repetiu as palavras de Moisés que prediziam o Messias: "O Senhor vosso Deus levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim: a Ele ouvireis." Atos 3:22. Patenteou sua própria lealdade para com Deus e para com a fé judaica, enquanto mostrava que a lei na qual os judeus confiavam para a salvação não fora capaz de salvar Israel da idolatria. Ligava Jesus Cristo com toda a história judaica. Referiu-se à construção do templo por Salomão, e às palavras deste, bem como de Isaías: "Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O Céu é o Meu trono, e a Terra o estrado de Meus pés. Que casa Me edificareis? diz o Senhor: ou qual é o lugar do Meu repouso? Porventura não fez a Minha mão todas estas coisas?" Atos 7:48-50.

Ao atingir Estêvão este ponto, houve um tumulto entre o povo. Quando estabeleceu conexão entre Cristo e as profecias, e falou, como fizera, a respeito do templo, o sacerdote, pretendendo estar tomado de horror, rasgou as vestes. Para Estêvão, este ato foi um sinal de que sua voz logo silenciaria para sempre. Viu a resistência que encontraram suas palavras, e compreendeu que estava a dar seu último testemunho. Embora no meio de seu sermão, concluiu-o abruptamente.

Interrompendo subitamente o relato da história que vinha seguindo, e volvendo-se a seus juízes enfurecidos, exclamou: "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes." Atos 7:51-53.

A esta altura, sacerdotes e príncipes ficaram fora de si, de cólera. Agindo mais como feras rapinantes do que como seres humanos, precipitaram-se sobre Estêvão, rangendo os dentes. Nos rostos cruéis em redor de si, o prisioneiro leu a sua sorte; mas não vacilou. Para ele o temor da morte desaparecera. Para ele os coléricos sacerdotes e a turba irada não ofereciam terror. O quadro que diante dele estava se desvaneceu de sua vista. Para ele as portas do Céu estavam abertas, e, olhando por elas, viu a glória da corte de Deus, e Cristo, em pé como que Se havendo levantado de Seu trono precisamente então, para dar auxílio a Seu servo. Com palavras de triunfo Estêvão exclamou: "Eis que vejo os Céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus." Atos 7:56.

Descrevendo ele as gloriosas cenas que estava a contemplar, seus perseguidores não o suportaram mais. Tapando os ouvidos para não ouvir suas palavras, e dando altos brados, com fúria correram unânimes sobre ele e o expulsaram da cidade. "E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia:
Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu." Atos 7:59 e 60.

Nenhuma sentença legal fora pronunciada contra Estêvão, mas as autoridades romanas foram subornadas com grandes somas de dinheiro para não fazerem pesquisa sobre o caso.

O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos os que o presenciaram. A lembrança da aprovação de Deus em sua face; suas palavras que tocaram a própria alma dos que as ouviram, permaneceram na mente dos espectadores e testificaram da verdade do que ele havia proclamado. Sua morte foi uma rude prova para a igreja, mas resultou na convicção de Saulo, que não pôde apagar de sua memória a fé e constância do mártir e a glória que lhe resplandeceu no rosto.

Na cena do julgamento e morte de Estêvão, Saulo parecera estar imbuído de um zelo frenético. Depois ficara irado com sua própria convicção íntima de que Estêvão fora honrado por Deus, ao mesmo tempo em que era desonrado pelos homens. Saulo continuou a perseguir a igreja de Deus, afligindo os seus membros, prendendo-os em suas casas e entregando-os aos sacerdotes e príncipes para prisão e morte. Seu zelo em levar avante esta perseguição aterrorizou os cristãos em Jerusalém. As autoridades romanas nenhum esforço especial fizeram para deter a cruel obra, e secretamente ajudavam os judeus, a fim de conciliá-los e assegurar seu favor.

Depois da morte de Estêvão, Saulo foi eleito membro do conselho do Sinédrio, em consideração à parte que desempenhara naquela ocasião. Durante algum tempo foi um instrumento poderoso nas mãos de Satanás para promover sua rebelião contra o Filho de Deus. Logo, porém, este implacável perseguidor deveria ser empregado em edificar a igreja que agora estava a derribar. Alguém, mais poderoso que Satanás, escolhera Saulo para tomar o lugar do martirizado Estêvão, a fim de pregar e sofrer pelo Seu nome e propagar extensamente as novas da salvação por meio de Seu sangue.
Fonte: http://www.ejesus.com.br
IV- A igreja de Cristo no mundo
No mundo inteiro, cristãos são presos, torturados e até mortos por professarem sua fé em Cristo. A Missão Portas Abertas estima que existam mais de 500 pessoas presas por causa de sua fé cristã em países como Peru, China, Vietnã, Irã, Arábia Saudita, Sudão, Egito, Turquia e Colômbia. Imagine como isso se dá na prática.
Na maioria desses países, os cristãos não podem se reunir como igreja para cultuar a Deus. Muitas vezes, as reuniões são feitas às escondidas, em locais subterrâneos ou de forma muito discreta. Em muitos casos, esses cristãos são perseguidos pela própria família, que os ameaçam de expulsão caso não neguem sua fé.
Em alguns países há liberdade religiosa, mas não se pode fazer proselitismo, ou seja, tentar convencer alguém a mudar sua crença. Assim, o evangelismo é proibido.
Não é raro ver os relatos de supostos novos convertidos ou pessoas que estão sendo evangelizadas delatarem grupos de cristãos para a polícia.
Quando isso acontece, a polícia invade o local de reuniões e faz ameaças de prisão. Se Bíblias forem encontradas, a punição pode ser ainda mais severa.
Perda da vida, família e bens materiais.
Expulsão da família e da sociedade
Queimaduras estupros e apedrejamentos
Fuga para as montanhas, fome e frio
Conclusão
O apóstolo Paulo afirmou: “E também os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12).
O sangue dos mártires tornou-se a semente da igreja. Sob o fogo da perseguição, a igreja demonstrou sua fé. Os leões não puderam apagar a força dos cristãos e o Evangelho foi divulgado, proporcionando um crescimento sem igual na Igreja cristã.
Existem muitos países que não desfrutam de liberdade religiosa, devemos clamar por eles.
Enquanto isso, nós devemos lembrar que em nosso país, o Evangelho entrou com muita oposição.
Devemos aproveitar o tempo atual para proclamar o Evangelho, pois não sabemos quanto tempo ainda teremos de liberdade.
Lembremos a fé e o vigor dos primitivos cristãos. Também devemos seguir a Cristo em todos os momentos, embora tenhamos de dar a nossa vida por Ele.
Meditemos nas palavras deste hino: “Os cristãos foram por tribunais vis julgados,/Nas prisões, inocentes, à força lançados,/E de seus bens terrestres despojados,/Mas alegres seguram o Senhor/Nas tristezas, nas lutas, na dor,/Recorriam ao caro Jesus;/A vitória lhes dava o Senhor,/Pelo sangue vertido na cruz” (2a estrofe e estribilho – hino 330 da Harpa Cristã).

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LIÇÃO 8 - AS ORDENANÇAS DA IGREJA



Texto bíblico:  Atos 2.37-39;1 Corintios 11.23-26
Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.

Objetivos 
Após a aula seu aluno devera  identificar os simbolismo do batismo 
e os elementos da Santa Ceia, bem como reconhecer a necessidade
de batismo para fazer parte do corpo de Cristo – a Igreja

Introdução
Na lição de hoje estaremos estudando as ordenanças da igreja.
Especificamente a Igreja possui 2 ordenanças; a palavra ordenança deriva-se  do latim “ordo”, que significa  “uma fileria”,  “uma ordem”.
Assim entendemos que a palavra ordenança está  relacionadas as cerimônias  sagradas instituídas por  mandamento; ordem de  Cristo. As duas ordenanças são:  O batismo e a Santa Ceia

I-A importância do batismo
A seriedade e importância inquestionável do batismo está claramente defendida na bíblia quando aprendemos sobre o batismo de Jesus. O filho de Deus, que se fez carne, e agora era homem, com o propósito de livrar a humanidade do pecado, estava diante de João Batista com o propósito de ser batizado.
“Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.
Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.” Mateus 3:13-15
O próprio João Batista, num primeiro momento, não compreendeu a importância, e disse que ele (João Batista) era quem deveria ser batizado por Jesus. Em seguida Jesus explica que a justiça deve ser cumprida. O batismo de Jesus pode ser compreendido de várias formas, ou, em outras palavras, pode-se extrair diversos valores deste ato.
Entre estes significados o maior deles é compreender a importância inquestionável do batismo para todos nós. Quando Jesus procurou João Batista para ser batizado, ele não somente deu apoio ao ministério de João Batista como também deu exemplo a todos nós de que devemos ser batizados
Fonte: http://www.comunidadeabiblia.net/teologia/estudos-biblicos

II-O significado do batismo
Para muitos o batismo em água é visto como sendo não mais do que um simples dever de todo Cristão. Para estes batizar-se, significa obedecer ao mandamento e exemplo de Jesus. De acordo com os registros bíblicos, o batismo em água era considerado de máxima importância para a Igreja Primitiva. A julgar pelo livro de Atos, era administrada logo após a conversão da pessoa. Isto era natural, porque Jesus ordenara como um dos ritos distintos da Sua Igreja. O batismo em água é um ato de obediência à ordem de Cristo para que fôssemos batizados, bem como uma declaração do intuito de sermos seus discípulos (Mat 28.19; João 15.14).
Para a maioria das pessoas, ser batizada em água significa; "ter o direito de participar da Santa Ceia", isto é verdade. Mas muitos, no entanto, precisam saber por que é que somente depois do batismo em água é que se deve participar da Santa Ceia. O  Batismo em água não é somente osímbolo da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ainda há um profundo significado por trás disso.

Tem uma abrangência espiritual muito fundamental para a nossa salvação e, é também de caráter  sagrado (Atos 2.38; Rom 6.3; Col 2.12). O batismo em água não é em si a nossa salvação, mas tem a ver com a nossa salvação, está ligado de modo íntimo com a nossa salvação (veja 1 Pedro 3.21).
Não podemos desprezar o batismo em água a ponto de considerá-lo insignificante; se foi de máxima importância para a Igreja de Cristo, no primeiro século, e o próprio Jesus não desprezou o batismo de João, que considerou como cumprimento de toda a justiça; e como faríamos nós? Filipe ensinou o Evangelho de Cristo ao eunuco etíope e, não se esqueceu e nem menosprezou o batismo em água, ensinou a sua importância e o seu valor, de maneira que o eunuco sentiu a sua necessidade e «creu» no batismo, de modo que na primeira água que encontraram, ele não resistiu, quis batizar-se e foi batizado por Filipe (Atos 8.36,38).

O simbolismo manifesto pelo batismo é bastante profundo, e, engloba vários propósitos
a) O  batismo é um rito de iniciação; assim como a circuncisão era para os israelitas, denotando o ingresso do recém-convertido à comunidade cristã, especificamente como símbolo da nossa incorporação no Corpo de Cristo.  
b) Testemunho publico de nosso arrependimento e da conversão a Jesus Cristo:         Essa a é idéia essencial do cristianismo primitivo, assim também era essencialmente o batismo de João, Atos 2.38 mostra-nos isso. Sendo assim, o batimo é um ato de obediência, o qual visa, especificamente, mostrar ao mundo que o batizando assumiu uma nova lealdade. O compromisso feito é que agora Jesus é o Senhor de sua vida, que agora viverá para a santidade, cultivando a mentalidade espiritual, porquanto ele morreu para o mundo, a esfera de sua antiga mentalidade. Por isso é no batismo em água, perante os olhos de todos, é que demonstramos o arrependimento dos nossos pecados e do recebimento de Jesus Cristo como Nosso Salvador pessoal. É verdade que o arrependimento e a conversão precedem o batismo.
O batismo representa um arrependimento já ocorrido (Atos 2.38). O arrependimento nasce no interior da pessoa, sendo representado pelo exterior. Portanto, para batizada a pessoa precisa fazer uma profissão de fé em Cristo. Não se batiza uma pessoa que não esteja realmente convertida a Jesus Cristo (Atos 8.36-38). O Batismo Espiritual (vede) tem que preceder o Batismo em Água
c) Testemunho publico de que temos aceitado o sacrifício  eficaz de Cristo:
Batismo em água é o testemunho público de que temos crido e aceitado os atos Redentores de Nosso Senhor Jesus Cristo. O batismo é a nossa resposta positiva de tudo o que Jesus fez por nós (Jo 3.16-21,36; Ef  5.2; Tito 2.14; Heb 9.26; 1 Ped 3.18; 1 Jo 3.16). No batismo, reafirmamos a história Redentora de Jesus Cristo, testificando publicamente a sua eterna eficácia. Não se pode batizar que «não crê» no Sacrifício Eterno e Eficaz de Jesus.
É preciso verdadeiramente «crer» que o Santo Sacrifício de Cristo foi Total, Eficaz e Eterno, que assim é testificado publicamente no batismo em água (João 3.16-21,36). Não é «crendo intelectualmente», mas é «crer no íntimo», ou seja, alma da pessoa é quem deve crer, o homem essencial, somente esta crença é legítima. Quando passamos a crer dessa maneira, há uma grande mudança em nossas vidas (2 Cor 5.17). O batismo é também um testemunho externo da operação do Espírito Santo, um testemunho prestado perante aos homens de que tal pessoa é agora um seguidor de Cristo, que proclama a sua fé no Senhor Jesus e em sua graça salvadora.
d) Simboliza a nossa identificação e união com Cristo, na sua morte, sepultamento e ressurreição:
Esta é uma das principais importâncias representadas pelo batismo. O ensino de Paulo sobre a importância do batismo é bastante salientado nas suas epístolas, principalmente quando se refere a nossa identificação com Cristo. Não há como fugir desta realidade. Paulo equipara o batismo em Romanos 6, como nossa rejeição do pecado e da dedicação a Cristo. Ele disse:
«Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida. Porque se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição» (Rom 6.2-5).
De acordo como os ensinamentos do apóstolo, o batismo em água simboliza profundamente, a nossa «identificação» e «união» com Cristo na Suamorte-imersão, sepultamento-submersão e ressurreição-emersão. No batismo, o recém-convertido testifica que estava em Cristo, quando Ele morreu, que foi sepultado com Ele e ressuscitou para uma nova vida nEle.
   No batismo, significa que o recém-convertido morreu para o velho modo de viver, da vida de pecado e rebeldia, para o início de uma nova vida em Cristo, mediante a redenção, chamada por Paulo de «Novidade de Vida» (Rom 6.3,4,7,10-12; Col 2.12,13; 3.8-14). Mediante a morte de Cristo, o velho homem do salvo é crucificado, e o corpo do pecado é destruído; outrossim, o crente em Cristo, no batismo, se professa  morto para o pecado e para o mundo, e o batismo é uma obrigação que é imposta a fim de se viver para a retidão. Por isso, o batismo, inclui o compromisso “vitalício” de se virar às costas ao mundo e tudo quanto é mau (Rom 6.6,11-14), e comprometer a viver uma nova vida no Espírito, que demonstre os padrões divinos da justiça (Col 2.1-17).
 No batismo temos proclamado a nossa morte ao pecado e assumido o compromisso de rejeitá-lo e, de viver uma nova vida em e para Jesus Cristo (Rom 6.3-22). Portanto, o batismo em água, é um compromisso de santidade, é o compromisso ou determinação de andar no novo caminho. É o seloque simboliza a nossa participação na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo e, com isso, nós nos identificamos e unimos com Ele. Lembrando que este selo, somente é válido, quando ratificado pela  (Col 2.12). Nisso, os atos redentores de Cristo é simbolizado pelo batismo em água (Rom 6.4,5).

e) Símbolo da nossa regeneração:O que nos purifica realmente de todo pecado, é o precioso sangue de Jesus Cristo (1 João 1.7). Fomos comprados, remidos e justificados peloincontaminado sangue de Nosso Senhor Jesus, o verdadeiro Cordeiro Pascal (Mat 26.28; Jo 1.29; Atos 20.28; Rom 5.9; Col 1.20; Heb 9.14; 1 Ped 1.18,19; Apoc 1.5). Todavia, essa purificação interior e espiritual é simbolizada por uma lavagem ou purificação externa, isto é, pelo batismo em água (Ef 5.26; Heb 10.22). No batismo, o recém-convertido testifica que internamente está purificado; é o símbolo externo da lavagem interna;  «Levante-te,  recebe  o  batismo, e lava os teus pecados, invocando o seu nome» (Atos 22.16 – Tito 3.5). A água é o símbolo da operação do Espírito Santo.
Fonte: http://www.doutrinasbiblicas.com

III- Tipos de batismo
Está é uma questão que há diferença de opinião. Historicamente são três as formas principais de batismo: A imersão, a efusão (derramamento)e a aspersão.
  1. o batismo de aspersão, no qual a água é borrifada, ou seja, aspergida sobre o batizando;
  2. o batismo de efusão com a água sendo derramada em pequena quantidade sobre a  cabeça da pessoa
  3. e o batismo de imersão, ritual em que a água não é colocada sobre a pessoa e sim mergulhada.
De acordo com eruditos da língua grega, a palavra "batizar" significa literalmente "mergulhar" ou "imergir". Os batismos de aspersão e efusão surgiram a partir do instante em que a igreja, interpretando de forma errônea o batismo como essencial à salvação, passou a batizar enfermos com medo de que, não sendo ainda batizados, viessem morrer sem salvação. Se não poderiam ser levados às águas para o batismo, então se levaria a água até os enfermos, batizando-os por aspersão ou efusão.
O batismo por aspersão começou a ser realizado no século II, principalmente nos casos de batismos clínicos, isto é, para aquele que já estavam próximo da morte e desejavam o batismo cristão.
Evidentemente à base da definição do batismo, já mencionado, o batismo cristão é a completa imersão ou submersão em água, não um mero derramamento ou aspersão de água sobre a pessoa; os próprios exemplos bíblicos de batismos confirmam este fato.
O eunuco etíope pediu para ser batizado quando chegara a certo lugar onde havia água (Atos 8.36). «Ambos desceram à água» (Filipe e o eunuco), e depois ambos saíram da água (8.38,39). Fica subentendido, que o eunuco não foi batizado numa poça de água e nem numa pequena lagoa cuja água dava até os tornozelos, mas era um grande corpo de água, de modo que tiveram de andar para entrar e sair.
Além disso, o batismo cristão é o símbolo da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. Isto indica a «submersão completa», enquanto, que o batismo por aspersão e por derramamento, nada tem a se identificar com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo;

IV- Pra quem é o batismo?
O batismo não poder ser administrado a uma pessoa não convertida, pois, Jesus ordenou que seus discípulos fizessem discípulos e os batizassem. Nunca os ensinou a batizarem infantes ou não convertidos (Mat 28.19). Tudo isto está bem claro em todos os exemplos bíblicos nos quais registramos abaixo:
a) Os quase três mil batizados em Pentecostes: Mostra-nos que o batismo em água seguiu-se à pregação e à conversão dos ouvintes; «Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados» (Atos 2.38, cf. v42). 
b) Os convertidos de Samaria: Foram somente batizados depois que «creram» nas palavras de Filipe que lhes pregava a Cristo, isto é, depois de convertidos (Atos 8.5-13).
c) O eunuco etíope: Após ouvir a pregação de Filipe a respeito de Jesus Cristo que, acarretou no arrependimento e conversão do eunuco, o mesmo disse a Filipe: «Eis aqui água, que impede que eu seja batizado?» (Atos 8.36). «E mandou parar o carro e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou (v. 38)»
d) Saulo de Tarso: Foi batizado após o terceiro dia da sua conversão (Atos 9.3-18).
e) Cornélio e os seus: Foram batizados somente depois de ouvirem a Palavra de Cristo e também depois do recebimento do Dom do Espírito Santo, confirmando que haviam convertidos a Jesus Cristo (Atos 10.36-48).
f) Lídia e sua casaForam batizados depois da «decisão de fé». O Senhor Jesus lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia, isto é, evangelho de Cristo (Atos 16.14, cf. vv.13,15).
g) O carcereiro de Filipos e os seus receberam  o batismo após «crerem» em Jesus Cristo (Atos 19.30-33).
h) Alguns de Éfeso: Assim que creram no Senhor Jesus é que foram batizados (Atos 19.2-5).
i) Muitos dos Coríntiosouvindo a Paulo, criam e eram batizados (Atos 18.8). 

Os exemplos que acabamos de citar, provam cabalmente de que o batismo nas águas somente poderá ser ministrado a uma pessoa realmente «convertida» a Cristo. Atualmente existe um seguimento religioso que têm por hábitos batizar pessoas sem exigir delas o arrependimento. O método sempre consiste em explorar os sentimentos das pessoas; que se batizam porque sentiram desejo, vontade, como se o batismo fosse um impulso dosentimentodo desejo e da vontade do indivíduo.
Para tal seguimento, o batismo em água está «alienado do arrependimento», da «salvação» em Jesus Cristo caracterizado mediante uma fé viva no Sacrifício Vicário de Jesus. Quem não «crê» (inclui aceitar a Jesus Cristo como Salvador pessoal e obediência contínua em Seus mandamentos) já está condenado, porquanto, não «crê no nome de Jesus Cristo» (João 3.16-21).
Por isso, batizar alguém sem exigir dele o arrependimento, que resulta na conversão e no batismo espiritual, é muita falta de responsabilidade e desconsideração para com a verdade.
 
Outra questão a ser enfocada é esta; qual é a idade mínima para o batismo? Como uma criança pequena não pode ser batizada (conforme já visto), há uma idade limite (embora haja um pouco de diferença de uma criança para outra) onde o período da inocência se acaba. Por isso, a idade propícia que se adequada com os padrões divinos, outorgada pelo Senhor Jesus é «a partir dos 12 anos» (Lc 2.42), este é o período da «maturidade».
 A partir dos 12 anos de idade o menino ou a menina pode ser batizado(a), desde que se tenha arrependido(a) de seus pecados, nascido de novo (Atos 2.38). Mesmo os filhos de pais convertidos ao Senhor Jesus Cristo (que tenham passado pela experiência do batismo), precisam também se converter ao Senhor Jesus, ao completar os 12 anos idade; para daí poderem batizar-se. Apesar de serem “santos” como ensinou Paulo (1 Cor 7.14), todavia,  isto não significa que estarão «isentos» de uma futura confissão pessoal de seus pecados, pelo contrário, a confissão dos pecados pessoais (e o abandono deles), é ato necessário para a salvação (Prov 28.13; 1 João 1.9).
Em suma; o batismo em água somente pode e deve ser administrado a pessoas que tenham realmente convertidas, que tenham recebido o batismo espiritual,  e que tenham consciência da necessidade e importância do batismo no plano salvífico. Além disso, o batismo só pode ser administrado a alguém que tenha 12 anos idade, ou mais (At 2.38; 10.48; Rom 6.3-11; Col 2.12). E assim, o batismo era administrado aos novos convertidos que podiam fazer uma «profissão inteligente de fé» no Senhor Jesus Cristo (Atos 8.36,38). Essa profissão de fé deve ser estendida a uma profissão «eterna de fidelidade» e obediência aos mandamentos de Jesus (Mat 10.22; Apoc 2.10). Por fim, não se pode batizar alguém que não esteja comprometido com a Causa de Cristo e principalmente com Cristo. Para se batizar é preciso estar «...em Cristo» (2 Cor 5.17), e não fora ou distante de Cristo. Pois o batismo está reservado a pessoas convertidas.

V- A Santa Ceia
 A instituição da Ceia do Senhor Jesus ocorreu no decorrer da Última Páscoa, celebrada por Jesus e os Seus discípulos, na noite em que Jesus foi traído. Foi instituída na sexta-feira do dia 14 de Nisã (João 13.30), antes de Sua saída para o Getsêmani, onde Jesus orou em agonia ciente do que estava por suceder (Mat 26-27). Portanto, ocorreu no mesmo dia da crucificação e morte de Jesus Cristo.   
     
Por ocasião da Última Páscoa, Jesus tomou dois dos elementos que faziam parte da Páscoa e, transforma a antiga Páscoa na Ceia do Senhor Jesus. A Páscoa judaica havia cumprido seu propósito. Pois, profeticamente ela apontava para o sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1.29). O Êxodo deu vida à nação de Israel. O sacrifício de Cristo fez nascer a Igreja, um povo proveniente de todas as nações.
  «Enquanto comiam, tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Concerto, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados» (Mat 26.26-28).

    «...Enquanto comiam...» (o cordeiro assado). Enquanto pensavam na grande libertação que Deus concedera a Israel segundo a Antiga Aliança; o Senhor Jesus providenciava a comemoração de um novo livramento, segundo a Nova Aliança, mediante o derramamento do sangue, e o sacrifício de um Cordeiro diferente. Cumpre Jesus as verdades tipificadas na Páscoa judaica, deixando-a de lado para dar lugar à Páscoa da Nova Aliança, A Ceia do Senhor Jesus Cristo, a Santa Ceia.
    «...tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu e deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo». Lucas acrescenta dizendo: «que por vós é dado; fazei isto em memória de mim» (Luc 22.19, ver também em 1 Cor 11.24). Jesus tomou um pão asmo (sem fermento) disponível na Páscoa, proferiu uma bênção, partiu-o e deu aos seus discípulos, dizendo: «...isto é o meu corpo», isto é, Jesus deu um novo significado ao rito, dizendo que o pão representava o Seu corpo. Jesus considerou a Si mesmo como o Cordeiro Pascal, oferecendo-se em sacrifício para a libertação da humanidade. Na Páscoa judaica, o pão sem fermento significava os sofrimentos dos filhos de Israel, por isso chamado de «o pão da aflição» (Dt 16.3).
Na Santa Ceia, o pão sem fermento, ilustra o sofrimento e morte de Jesus Cristo. A distribuição dos pedaços significa para que os que recebem, participação nos benefícios daquele Santo Sacrifício. Por isso, a Santa Ceia é também chamada de «comunhão» (gr koinonia), que literalmente significa «participação». Embora que Jesus na ocasião não estivesse ainda literalmente sido oferecido em sacrifício, contudo, Ele antecede o acontecimento, conscientizando assim os Seus discípulos sobre o Novo significado da Páscoa: «Fazei isto em memória de mim» (Luc 22.19). Isto comemora e renova o que Jesus fez por nós
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    «...E, tomando o cálice, e dando graças...». Este era o terceiro cálice de vinho (isto é, vinho não-fermentado misturado com água) que se bebia na Páscoa, chamado de «o cálice da bênção» (1 Cor 10.16), porque uma benção especial era pronunciada sobre ele; era considerado o cálice principal, já que era tomado depois de comer o cordeiro (comer o cordeiro era a hora mais sublime da Ceia pascal, por isso, é que Judas não comeu o cordeiro, mas saiu antes). Assim, como Jesus abençoou o pão antes de partir, também deu graças pelo cálice, antes de distribuir aos Seus discípulos.
    «...Bebei dele todos..». A distribuição do cálice lembra-nos a «comunhão» do sangue de Cristo (1 Cor 10.16), ou seja, compartilhar dos benefícios obtidos através da Sua morte redentora. Na ocasião todos os discípulos de Jesus (exceto Judas Iscariótes) compartilharam do corpo e do sangue de Jesus Cristo, representados pelo «pão asmo» e pelo vinho».

    «...Porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança...». Na distribuição do cálice, Jesus anuncia aos Seus discípulos que uma Nova Aliança estava sendo instituída, mediante a Sua morte sacrificial, que estava sendo selada com o Seu próprio sangue, representada pelo cálice. A Aliança instituída por Cristo é chamada «Nova» porque contrasta àquela feita com Israel no monte Sinai, ao iniciar o período da Lei.
A primeira Aliança foi estabelecida pelo sangue aspergido de animais sacrificados (Heb 9.16-22). A Nova Aliança tornou-se válida, através do Sangue Imaculado de Jesus Cristo, vertido na cruz (Heb 8.6-13). A Antiga Aliança era das obras; requeria obediência a Lei (Êx 24.3-8). A Nova Aliança leva ao perdão dos pecados e à transformação da natureza humana; que permite que a Lei do Senhor Jeová seja amada e guardada (Jer 31.31-34; Rom 3.23-31).

    «...Derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados». Todos aqueles que, pela fé aceitam para si o sacrifício expiatório de Cristo, recebe o perdão dos seus pecados. «Todos»: A redenção é oferecida para «todo aquele que crê»; todos podem vir, ninguém é excluído senão àquele que assim o deseja. A religião certa, é aquela que soluciona o problema do pecado. O Verdadeiro Cristianismo é esta religião, porque o Seu fundador é Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos (1 Tim 1.15; 2.3-6).


Conclusão
Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, veio à terra para aniquilar o pecado e dar oportunidade à humanidade de obter a eterna e feliz vida no Reino dos Céus. O renascimento espiritual no homem, se inicia na fé em Jesus Cristo, no verdadeiro desejo de ser libertado do jugo do pecado e levar uma vida de acordo com a vontade de Deus. Com esse renascimento, nosso Senhor Jesus Cristo ainda nos consentiu a ressurreição dos mortos, quando Ele diz:
"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem, viverão" (João 5:25).
Porém, somente a fé e o desejo do ser humano não são suficientes. É preciso aforça da graça, para que se realize o renascimento espiritual do indivíduo. Esta força da graça penetra a alma da pessoa, submergindo-a em água, durante o batismo.
Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o mistério do batismo, após a Sua ressurreição dos mortos, quando Ele apareceu aos Seus discípulos e disse: "Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei..."(Mt 28:19-20). "O que crer e for batizado, será salvo; o que, porém, não crer, será condenado" (Mc 16:16).