sexta-feira, 31 de maio de 2013

EU QUERO, EU QUERO!

LIÇÃO 9

Texto bíblico: Gn 25.24, 27-34
E, cumprindo se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre.
E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas.
E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.
E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado.
E disse Esaú a Jacó: Deixa me, peço te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom.
Então, disse Jacó: Vende me, hoje, a tua primogenitura.
E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?
Então, disse Jacó: Jura me hoje. E jurou lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.
E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou se,
e foi se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.

Objetivos da lição:
Seu aluno após a aula deve:
·         Não almejar coisas acima das suas possibilidades
·         Colocar a vontade de Deus acima de tudo.

Introdução
O assunto que iremos tratar é a respeito da inveja, algo que pode trazer muitos prejuízos. Dentro do trimestre já estudamos muitas situações diferentes as quais se tornam grandes embaraços para os pré adolescentes, alguns destes embaraços vem de fonte externa, mas este a qual iremos estudar surge em nós mesmos.

Segundo o dicionário inveja é: Desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio.
Este sentimento pode trazer graves problemas, pois além de ser um pecado, ainda traz outros pecados, tal como a cobiça.
A cobiça é um desejo sôfrego, veemente, de possuir bens materiais; avidez, e ambição desmedida de riquezas.

Quando o pré adolescentes
se deixam dominar pela inveja passam a ter uma conduta contraria a
vontade de Deus, porque a inveja nos faz praticar outros sentimentos semelhantes, pois alguém para alcançar algo que deseje com avidez, pode mentir, prejudicar outra pessoa; e o pior desta situação é que ao sentir inveja e cobiça, deixam de esperar em Deus, e procuram alcançar o objeto desejado por meios ilícitos.

Em um sentido mais abrangente a inveja é o desejo por atributos, posses, status, habilidades de outra pessoa. Não é necessariamente associada à um objeto: sua característica mais típica é a comparação desfavorável do status de uma pessoa em relação à outra.
Nos dias atuais, quanto aos adolescentes podemos associar o fato de que alguns podem desejar algo material; como uma roupa nova, um celular etc. Ao passo que desejam essas coisas materiais as espirituais deixam de lado.


O que a Bíblia afirma acerca da inveja?
Uma das características da inveja é o desejo ardente por algo, mas a Biblia afirma que não existe mal é desejar algo, pois em muitas passagens a Bíblia nos incentiva a buscar por bens, tanto materiais ou espirituais.

Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas. (Mt 6.33)

Nos versículos que antecedem o texto citado acima, vemos que a Palavra nos fala de bens materiais, que é licito buscar, desejar e possuir bens, contudo que o reino de Deus seja posto em primeiro lugar. O mesmo se dá acerca dos bens espirituais, não existe mal em desejá-los:

Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o
episcopado,  excelente obra deseja.(1Tm 3.1)

Neste sentido o desejo é positivo, pois nos leva a buscar pelas bênçãos que Deus tem para nos conceder. Esse desejo licito tem um sentido de “vontade”; ou seja, vontade de obter algo, ou uma posição espiritual, mediante um esforço justo e honesto.

O problema começa quando esse desejo passar a ter um outro sentido, o de inveja!
É esperado que ao desejarmos algo e trabalharmos para alcançar , tudo se faça de modo honesto e sincero, principalmente quando envolve nosso próximo, a Bíblia afirma que o relacionamento entre nós e nosso próximo e Deus deve ser baseado no amor.

Mas é justamente isso que não acontece quando este desejo tem um sentido negativo, pois ele se torna uma inveja. Ao invejarmos alguém estamos automaticamente agindo de forma errada, tanto com nosso próximo como com Deus.

Em relação ao nosso próximo desrespeitamos o mandamento bíblico de amar, ao desejar algo ou a posição que outra pessoa possui, estamos predispostos a fazer tudo quanto for necessário para chegar a mesma posição ou ter a coisa invejada.
Em relação a Deus desonramos a sua Palavra , que afirma que Ele prove tudo quanto
necessitamos, isto de forma legitima sem que haja prejuízo de alguém.



Gravidade da inveja
A inveja não é um sentimento que vem só , sempre esta associado a outros sentimentos pecaminosos, para entendermos a gravidade da inveja, vejamos o seu principio.
A inveja teve sua origem no céu, o diabo movido pelo orgulho teve inveja da posição de Deus, e quis usurpar sua posição.
De modo semelhante a inveja surgiu no mundo quando o ser humano(Adão e Eva) quiseram ser semelhantes a Deus, observe que neste caso o proprio diabo icentiva o homem a ser semelhante a Deus. Movidos pelo desejo de ter conhecimento o homem desobedece a Deus.

Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.(Gn 3.5,6)

Somente nesta passagem de Genesis temos uma base para entendermos como a inveja é prejudicial, tanto pela sua origem maligna como pelas conseqüências, pois o final foi trágico para o homem.
Ao longo das Escrituras vemos outras passagens que mostram as conseqüências trágicas para os que usam de inveja, não somente porque traz prejuízos pessoais como também  atinge o que estão em nossa volta.
A vida de José do Egito é um exemplo disto, por causa da inveja de seus irmãos a sua vida foi extremamente prejudicada. (At 7.9) embora tenha sido uma vitima da inveja de seus irmãos Jose transformou em um exemplo vivo da Benção de Deus, mediante sua fidelidade, pois Deus mudou todo mal que seus irmãos lhe fizeram.

De modo semelhante o Senhor Jesus foi entregue para ser morto por causa da inveja de seus adversários.  Os fariseus tinham inveja da autoridade que o Senhor ensinava o povo.

Portanto, estando eles reunidos, disse lhes
Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?
Porque sabia que por inveja o haviam entregado.(Mt 27.17,18)
Por inveja os judeus perseguiram a Paulo tentando impedi lo
de anunciar o Evangelho.
E, no sábado seguinte, ajuntou se quase toda a cidade a ouvir a palavra de Deus.
Então, os judeus, vendo a multidão, encheram se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo dizia.(At 13.44,45)


A Bíblia nos adverte quanto a inveja
Por toda a Escritura vemos que a inveja é algo totalmente prejudicial;
O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos. (Pv 14.30)

Neste texto de provérbios vemos a inveja associada a um estado critico de saúde, algo semelhante a um câncer que coroe e destruí a saúde do corpo.
A inveja está associada a um estado pecaminoso do homem;

Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. (Tt 3.3)

Aqui o apostolo Paulo menciona as condições em que o homem pecador sem Deus vivia praticando, mas a partir da conversão toda inveja deve ser abandonada.

Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. (Rm 13.13)

A inveja não é própria de um cristão espiritual, por isso o apostolo Paulo afirma em 1Co 3.3 que todos quantos sentem inveja são carnais. O desejo ardente pode levar o cristão a invejar bens tanto materiais como espirituais, observe:

Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos
uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. (Gl 5.26)

Aqui o texto nos dá a entender que alguns sentiam inveja uns dos outros, por posições, podemos até afirmar espirituais, mas não na intenção de ser usado por Deus, mas para se vangloriarem. Foi exatamente isto que o apostolo Paulo afirmou em umas de suas cartas; que haviam pessoas que anunciavam o evangelho por inveja.

Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, sê no temor do Senhor todo o dia. (Pv 23.17)

Se a inveja entre irmãos já é reprovável, o que diremos quando o cristão sente inveja do ímpio? Foi isto que ocorreu com o salmista, no Salmo 73 relata a sua historia; ao observar a prosperidade dos ímpios o salmista sentiu inveja deles, pois via que eles cometiam muitos pecados e não eram castigados, ao contrario, prosperavam.
A inveja foi tanta que o levou a pensar que toda a sua dedicação a Deus era em vão, porque passava por dores. Assim como o orgulho, a inveja não permite que enxerguemos a realidade das coisas.

Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. (Sl 73.3)


I Os gêmeos diferentes
Certamente que a inveja tem sua origem no pecado, mas indiretamente o meio em que vivemos também é propicio a isto, digo não apenas ao fato de sermos atraídos pela propaganda do mundo em oferecer bens de consumo, mas uma educação espiritual de pouca qualidade também pode fazer com haja este sentimento pecaminoso.

Isto nós vemos na família de Esaú e Jacó; nossos exemplos desta lição.
Rebeca sua mãe foi uma mulher estéril, mas pela oração de Isaque Rebeca concebeu e deu a luz a gêmeos. Durante a gestação Rebeca consulta a Deus, a qual lhe revela que ela daria a luz a dois filhos as quais se tornariam duas nações, naquele momento foi mencionado o fato de um exerceria domínio sobre o outro; o menor dominaria o maior.

Aqui fica claro que Deus quando determina que alguém seja abençoado; a sua palavra se cumpre no seu devido tempo. Embora o direito de primogenitura fosse algo destinado ao mais velho, vemos que o Senhor alterou o curso das coisas, isto por seu propósito.

Logo os filhos de Isaque foram crescendo se distinguiram um do outro, em muitos aspectos conforme descrito no comentário da revista, mas no campo espiritual ambos eram “desviados” afirmo porque eles nasceram em um “berço evangélico” mas não andavam conforme a vontade de Deus, ao lermos a historia completa vemos claramente isto, ainda mais quando seus pais não procediam corretamente, pois Isaque dava preferência a um filho e Rebeca a outro filho.



II Uma proposta
Moises no livro de Deuteronômio ratifica que o direito de primogenitura seria do filhos mais velho, a primogenitura se consistia no fato de que o filho primogênito possuía o direito de receber uma porção dobrada no caso de herança.
Este direito portanto pertencia a Esaú, visto que ele foi o primogênito. Mas ele perdeu porque não dava importância a isso, o livro de gênesis afirma que ele desprezou a primogenitura.

E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?
E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou se,
e foi se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura. (Gn 25.32,34)
Isto se deu também porque Jacó induzido por sua mãe enganaram a Isaque em um momento de fragilidade, este episodio também nos deixa um exemplo.

Jacó certamente possuía um desejo pela primogenitura, mas isto não poderia ter sido alcançado por meio do engano. Quando o Senhor afirmou que o maior serviria o menor, certamente que por meios justos isto se cumpriria.
A forma usada foi uma troca, Jacó aproveitou a ocasião em que Esaú retornará de uma caça com muita fome, Jacó aproveita a situação e propõe uma troca. Jacó lhe daria comida pelo direito de primogenitura, o que Esaú logo aceitou.



III Conseqüência da má escolha
E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura.
Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou. (Hb 12.16,17)

Assim definiu a Bíblia a situação final de Esaú, ele perdeu o direito a benção proveniente da sua primogenitura. Isaque seu pai antes de morrer pretende abençoar o filho primogênito, tendo o chamado Isaque lhe pede que saia a busca de uma caça afim de preparar um guisado saboroso, mas Jacó instruído pela mãe usa de astúcia e prepara um guisado e instrui Jacó a se passar por seu irmão Esaú.

Como Isaque era avançado em idade não possui ema visão perfeita, não notou a diferença. Ao retornar da caça, Esaú descobre que foi enganando por Jacó, ali se iniciou uma grande rixa entre os irmãos. Para aplacar sua ira Esaú máquina acabar com a vida de seu irmão logo Isaque falecesse.

Este sentimento vingativo de Esaú nos faz lembrar de Caim e Abel, sendo que neste caso a tragédia aconteceu, pois movido de inveja Caim matou seu irmão, Ele sentiu inveja porque Deus atentou mais para oferta de Abel.
Estas duas historias bíblicas são exemplos de como a inveja é prejudicial, pois além de promover um desajuste de moral de conduta, pode levar a algo mais grave, como nestes casos. O homicídio e o desprezo.



Conclusão
Terminamos nossa lição afirmando que toda espécie de vontade descontrolada acaba se tornando uma inveja, e por conseguinte a cobiça.
Sentimento que não podem estar presente na vida de um cristão, porque certamente acarretará em muitos problemas.
Lembremos  das palavras do Senhor Jesus; busquem em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, porque o demais será acrescentado. Todas as bênçãos que são alcançadas por intermédio de Deus são para nosso bem e não para mal.
A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores. (Pv 10.22)
Sigamos então o conselho do apostolo Pedro:

Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,
(1 Pe 2.1)

O mesmo apostolo afirma que devemos lançar todas as nossas ansiedades diante de Deus porque Ele tem cuidado de nós; mais uma vez vemos a promessa de Deus em prover tudo quanto precisamos, portanto não devemos cobiçar coisas altas, mas aguardar pela vontade de nosso Deus a qual nos dá tudo quanto precisamos.
Que Deus os abençoe.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

SOU DA PAZ

LIÇÃO 8 

Texto bíblico: Fl 4.17
Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor.
E peço te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
Regozijai vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai vos.
Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.


Este texto mencionado acima, faz parte da Epistola de Paulo aos Filipenses; Paulo escreveu esta carta aproximadamente no ano 60 d.C durante o período que esteve preso em Roma.
Paulo escreve para agradecer uma oferta que a Igreja lhe havia enviando, ao mesmo tempo pretendia fortalecer a fé dos filipenses, afirmando que a verdadeira só poderia vir de Jesus Cristo.

De modo resumido: eles deviam estar sempre felizes, e não deviam se inquietar por nada, pois o Senhor os guardariam por meio da paz, vivendo assim a sua justiça seria manifestada ao todos os homens, deviam ser humildes orando e suplicando a Deus, ao mesmo tempo sendo unidos; por esta razão ele incentiva o dirigente local a ajudar duas irmãs que estavam se desentendendo.

Mais uma vez Paulo é um exemplo, porque mesmo preso afirma que está feliz vendo os Filipenses firmes no Senhor, e por varias vezes na carta exorta a Igreja a andar com alegria, talvez a frase “perto está o Senhor” nos explique isso, Paulo sabia que embora sua situação exterior era ruim, o Senhor estava com ele. Por esta razão ele afirma a Timóteo que desde já a sua coroa da justiça lhe estava guardada.



Objetivo da lição
·         Levar os alunos a entender: que todo tipo de briga; confusão,
desentendimento contenda, é pecado.
·         Que devemos ter paz com todos, perdoando as ofensas



Introdução
O assunto da lição de hoje é a Paz, assunto este que é bastante vasto, isto porque há muitos prismas pelas quais a Paz pode ser estudada, me refiro até mesmo ao conteúdo bíblico. Na Bíblia vemos a Paz ser descrita sob vários aspectos tanto no sentido interno como externo:
A Paz entre os homens; a Paz de Deus; a Paz entre Deus e a Humanidade; Paz interior.

Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Derivada do latim Pax = Absentia Belli, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz entre nações.

No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e de um modo geral todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa para si próprio e, eventualmente, para os outros, ao ponto de se ter tornado uma frequente saudação (que a paz esteja contigo; a nossa saudação cristã: A paz do Senhor)

A palavra “Paz” possui alguns significados que se expressam em nossa vida de forma externa e interna, no âmbito material e espiritual.
Ausência de lutas, violências ou perturbações sociais; tranqüilidade pública; concórdia.
Ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento, harmonia:
Ausência de conflitos íntimos; tranqüilidade de alma; sossego:
Situação de um país que não está em guerra com outro:
Restabelecimento de relações amigáveis entre países beligerantes; cessação de hostilidades:
Tratado de paz:
Ausência de agitação ou ruído; repouso, silêncio, sossego:

Todavia o nosso trimestre traz lições referentes ao embaraços que prejudicam a nossa vida, portanto se faz necessário que sigamos essa linha, pois quando discutimos sobre a paz neste sentido é claro que temos de mencionar a guerra. Quando trazemos isto para a vida cristã a guerra se torna símbolo de “luta, batalha, contendas, etc” fatos que surgem por meios de ofensas vinda de outras pessoas, desde modo, a falta da paz produz um grande embaraço para vida cristã.

Quanto a falta da paz como um embaraço, é mais difícil conduzir essa situação, pois que na caminhada da vida, ela pode vir a qualquer momento, mas assim mesmo é necessário tomar a posição de buscar e batalhar pela paz. Principalmente quando isto depende de nós, as vezes ocorrem que pessoas se opõem a nós, até mesmo com ofensas, é neste momento que devemos tomar atitude de procurar estabelecer a paz, ou seja, não revidar a ofensa do outro, mas perdoar, para que enfim a paz se estabeleça.




I - Enfrentando os ataques do mal
Um dos significados da palavra paz é harmonia, ao falarmos de ataques do mal quanto a paz, significa que o mal vem justamente para “quebrar” esta harmonia. Esta quebra de harmonia pode ser nossa relação com Deus, com o nosso próximo.

a)      Em relação a Deus:
Basta nos lembrar que a entrada do pecado no mundo ocorreu justamente porque o mal quebrou a harmonia que havia entre Deus e o homem, pois até aquele momento havia paz. O homem ao pecar trouxe a inimizade entre ele e Deus, é por esta razão que Tiago ao se referir aos crentes que amam as coisas do mundo se tornam inimigos de Deus, ou seja, não há paz.

Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus. (Tg 4.4).


Mas ao passo que o homem se reconcilia com Deus através do Senhor Jesus,  a paz é novamente estabelecida.

Na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, (Ef 2.15)

O pecado faz divisão entre Deus e o homem, deste modo não existe harmonia, mas Deus ao se reconciliar com o homem torna a trazer a harmonia perdida no Jardim do Èden.
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com
Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; (Rm 5.1)
b)      Em relação ao próximo
Quanto ao próximo podemos entender em dois aspectos; o individual e coletivo.
Individualmente o mal realiza seus ataques para que nós venhamos a nos desentender com o nosso próximo, isto surge a partir do momento que não tomamos o devido cuidado, e por descuido damos lugar a um momento de raiva, ira contra alguém, ou também quando revidamos bruscamente a ofensa de alguém.

Coletivamente o mal tenta disseminar contenda, brigas nas famílias, entre os irmãos, e num aspecto mais amplo; guerra entre os povos e nações.
Mas em ambos a origem da quebra de harmonia, e conseqüentemente da paz, é o mal.Estes ataques são feitos no sentido de que haja um total estado de guerra entre as pessoas, deste modo a obra do mal é realizada, que é destruir.



I.1- Combatendo o mal
Certamente que a melhor arma para enfrentarmos os astutos ataques do mal é nos revestir de Deus, a Bíblia nos fala da armadura de Deus, pela qual podemos combater todas as espécies de ataques do mal, mas quanto a estes cujo objetivo maior é nos tirar a Paz, a graça de Deus nos é necessária!
Isto para que com graça e vigilância tomemos posição nestes dois pontos importantes:


a) tentação interior
O mal tenta nos induzir a ira nos demasiadamente contra o nosso próximo, isto algumas vezes usando o nosso temperamento, que em algumas pessoas pode ser um tanto “forte”
Desde modo devemos buscar por um fruto do Espírito chamado Temperança; este fruto produz em nós um equilíbrio emocional, ou seja, um alto controle. Assim poderemos entender que certas irritações acerca de algum assunto relacionado ao próximo não é motivo de discussão ou briga. O Apostolo Paulo recomendou:
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. (Rm 12.18)


b) tentação exterior
Neste caso o motivo pela qual a nossa paz possa ser tirada vem de fonte exterior, freqüentemente por meio de alguma ofensa que alguém tenha nos feito. É fato que o mal usa de pessoas as vezes para afrontar-nos com o intuito de provocar uma discussão ou briga. Neste caso como cristão devemos perdoar a ofensa cometida contra nós, isto para que a paz seja estabelecida.

Neste sentido o ditado popular é correto: quando um não quer dois não brigam.
Aqui não é o fato apenas de perdoar, pois isto é um mandamento de Deus para qualquer situação, trata-se de alguém, que perdoa e não revida a ofensa cometida, pois o seu objetivo é que mesmo sob um prejuízo seu não promove briga ou discussão.
As pessoas que agem assim chamamos de pacificador, ou seja, alguém que restitui a paz a; apazigua, acalma, abranda.




I.2- Os pacificadores
Como cristãos devemos procurar promover a paz, pois esta é a vontade de Deus, o Senhor Jesus afirmou no Sermão do Monte:

“Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5:9).


Logo vemos que a qualidade de pacificador é exclusiva de quem foi regenerado e renovado espiritualmente, pois não é possível ser por meios e recursos naturais e humanos. Toda tentativa de pacificar, que leve em conta o coração, tem todas as possibilidades de fracassar. É no coração do homem que se plantaram todas as raízes geradoras de lutas e contendas. O coração é o lugar onde o pecado se aloja e, é neste coração pecaminoso que gera cobiças e lutas.

A Bíblia nos ensina que os filhos de Deus são os que devem pacificar, amenizar e fazer cessar em as disputas, entre as pessoas.
Para ser um pacificador é necessário ter alguns requisitos:
Não é alguém que foge de briga e cede sempre só para evitar conflitos. Este tipo de pessoa não tem senso de justiça;

Não é alienado (desligado dos problemas), mas é alguém que participa das soluções;
Não é simplesmente passivo, ele é do tipo que nunca arruma confusão com ninguém e chega a dar “um boi” para não entrar numa briga;
Ele é ativo, procurando estabelecer a concórdia entre as pessoas a sua volta, para isso, envolve-se nas discussões com sabedoria para que possa dissolvê-las,
contudo, ele usa o bom senso espiritual.

Como alguém que pega pelas orelhas um cão qualquer, assim é quem se mete em discussão alheia (Pv 26.17).

Uma qualidade indispensável de um pacificador é “ser limpo de coração”;
Não alimenta discussões e é paciente.

O homem irritável provoca dissensão (discórdia, desavença, contenda, briga), mas quem é paciente acalma a discussão (Pv 15.18).


O pacificador tem uma visão do próximo como que precisa ser auxiliado;
Faz bem uso da língua. Se não tem nada para falar que seja edificante, fica quieto e não aceita “fofocas”

Não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração quando ele tropeçar. (Pv 24.17)


II- O exemplo de Paulo
A passagem envolvendo a discussão de Paulo e Barnabé em certo aspecto nos é proveitoso, quando examinamos com objetivo de tirar algumas lições praticas para nossa vida.
Uma delas é que Deus pode transformar uma situação aparentemente ruim em benção, assim foi com Paulo e Barnabé.

Eles eram grandes homens de Deus, e trabalhavam pregando o Evangelho, mas resolveram se apartar depois de uma discussão a cerca do sobrinho de Barnabé; João Marcos. A discussão foi pelo fato de que Marcos deixou Paulo e Barnabé quando estes faziam uma viagem missionária, Marcos como quem pega no arado e olha para traz não concluiu a obra que pretendiam realizar.

Quando Paulo planejou realizar uma outra viagem, Barnabé pretendia levar Marcos junto, o que Paulo energicamente não concordou; a discussão foi grave ao ponto de ambos decidirem se separar. Separados então formaram dois grupos missionários, as quais posteriormente realizarão a obra de Deus.

Acima afirmei que é necessário buscar pela paz, pois certamente é do desejo do Senhor que sejamos pacificadores; assim sendo encontramos na Bíblia um exemplo de alguém que de fato procedeu como um pacificador, ou melhor pacificadora. Isto porque mantemos a paz também quando trabalhamos por ela.

No livro de 1 Samuel capitulo 25 a seguir, vemos uma historia muita interessante:
Ali está relatado a historia de Abigail, uma mulher sabia, que evitou uma verdadeira guerra e destruição!

Abigail era esposa de um homem chamado Nabal, a passagem narra o momento em que Davi se encontrava em grande dificuldade, e manda alguns de seus servos a este homem a fim de pedir mantimentos para sua tropa, pois que haviam realizado favores a Nabal, todavia este Nabal respondeu que não enviaria nada, e se desfez de Davi.
Naquele momento Davi ficou sobremodo irado, e planejou ir até ele com seus homens a fim de destruir tudo quanto tinha.

E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino. (1 Sm 25.21,22)

Sabendo disto Abigail se antecipou e sem seu marido saber tomou alguns mantimentos e foi ao encontro de Davi, se desculpando pela loucura do marido, apaziguou a ira de Davi, deste modo agindo de forma sabia ela evitou uma destruição total, ela conseguiu estabelecer a paz.

Assim também ocorrem em nossas vidas: temos de lutar para manter a paz, não se irando a ponto de brigar com nosso próximo, não revidando as afrontas e ofensas, e quanto for possível trabalhar em prol da paz com nosso próximo.
Assim como Abigail podemos apaziguar inimizades até mesmo entre nosso próximo.




III- Como tudo terminou
A historia de Paulo e Barnabé terminou bem, porque tudo foi resolvido, creio que certamente todos puderam aprender com esta experiência. Paulo que se mostrou irredutível posteriormente admitiu que Marcos lhe fosse muito útil para o ministério, e por esta razão pede que o trouxesse até ele.

De igual modo Paulo se refere com carinho a Barnabé, quando reconhece o seu trabalho no Senhor, certamente tanto Barnabé como Marcos aprenderam com essa experiência, pois todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus. (Rm 8.28).


Na historia de Abigail também acabou tudo bem, pois Davi aceitou a explicação de Abigail:

Então, Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro.
E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse.
Porque, na verdade, vive o Senhor, Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal, que se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal, até à luz da manhã, nem mesmo um menino. (1 Sm 25.32,34)


Por ultimo Deus tomou providencia quanto a este episódio, Nabal foi ferido por Deus e Abigail não ficou desamparada, Davi a tomou por esposa.
Davi também promoveu a paz no momento que ao atender Abigail, perdoou a ofensa cometida por Nabal.

Sabemos que em situações assim a paz exterior no que diz ao relacionamento com o próximo fica abalada, mas no momento que procedemos de forma justa segundo a vontade do Senhor, não obtemos somente a paz externa mas a interior, quando nosso coração sente a alegria por um problema solucionado.




Conclusão
Quem busca e promove a paz também tem paz com Deus e por isso está sempre bem com tudo e com todos em todas as circunstâncias.

Engano há no coração dos que maquinam mal, mas alegria têm os que aconselham a paz. (Pv 12.20)

O apostolo Paulo ao escrever ao romanos incentivou os cristãos a batalharem pela paz: Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a
edificação de uns para com os outros.(Rm 14.19)


Por fim, vemos que o mundo clama nestes últimos dias por paz, paz diante dos problemas de violência, de guerras sucessivas, e de igual modo buscam uma paz interior, pois o homem em nenhuma outra época viveu um estado de medo e incerteza.
Mas em ambos casos esta paz que todos buscam não vira de outra forma a não ser da parte de Deus, lembremos das palavras do Senhor Jesus.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (Jo 14.27).


A paz que o mundo oferece é apenas um período de aparente tranqüilidade, mas não é permanente e muito menos livra o homem de seus temores.
Mas a paz de Cristo é perfeita, nos dá tranqüilidade, alegria e forças, mesmo diante da
dificuldade.
Que Deus os abençoe